quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O Real e o Abstrato

Entre um rosto e um retrato, o real e o abstrato, entre a loucura e a lucidez, entre o uniforme e a nudez, entre o fim do mundo e o fim do mês, entre a verdade e o rock inglês , entre os outros e vocês, eu me sinto um estrangeiro passageiro de algum trem... Costumava ouvir muito esses versos no final da década de 1980. Mesmo antes desta época tinha o costume de prestar atenção às letras das músicas que eu ouvia para tentar entender o que daquilo fazia sentido na minha vida. Confesso que muita coisa eu não entendia e ainda não entendo, simplesmente não fazia sentido... Algumas passaram a fazer sentido tempos depois e outras tiveram diversos sentidos ao longo dos anos, se alterando conforme o mundo e as pessoas me modificavam. O trecho que destaquei acima faz parte da letra da música Revolta dos Dândis I dos Engenheiros do Hawaii. É um exemplo das letras que ganharam sentido com minha maturidade. Especificamente nesse momento representa a dificuldade que sinto em me situar entre os extremos, a preocupação em entender como conviver com limites opostos, a busca por me familiarizar com o novo e valorizar o antigo. A oposição que dá título ao blog (o real e o abstrato) sinaliza a intenção de fazer caber aqui de tudo, do real ao abstrato, do certo ao errado, do belo ao feio. Sinaliza também minha busca pessoal (e que pretendo compartilhar com possíveis - talvez improváveis - leitores) em dissernir entre tais opostos, partindo da descrença na dualidade e no maniqueísmo, alimentado pela suposição de que nos movimentamos de um extremo ao outro o tempo todo e de que carregamos um espectro de virtudes e vícios que se confundem, se misturam, sofrem mutações, ganham e perdem significado... Putz! Tô confundindo mais do que esclarecendo... Que as próximas histórias publicadas deem conta do que ficou faltando...

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